Desde a revolução industrial no século 18, empresas do mundo todo trabalham com o objetivo de melhorar seus produtos, aumentando sua qualidade, o número de aplicações e diminuindo seu custo. Todo este desenvolvimento está baseado em uma economia denominada linear. Em resumo, a economia linear trabalha com processos que apresentam um início, meio e fim, ou seja, materiais são extraídos de fontes naturais, transformados em produtos, utilizados e por fim descartados em forma de lixo, gerando um grande desequilíbrio ambiental no planeta. Esta economia funcionou perfeitamente até o final do século XX, trazendo cada vez mais conforto ao homem, aumentando sua expectativa de vida e consequentemente aumentando o número de pessoas na terra.
Com o aumento do número de pessoas no mundo, paralelamente, houve um aumento do consumo dos produtos, exigindo uma extração maior de fontes naturais. Desta forma, em meados dos anos 1970, cientistas começaram a levantar a questão de que as fontes naturais eram finitas e que se não houvesse uma mudança desta forma de pensar, chegaria um dia em que as fontes acabariam e toda a evolução feita até então retrocederia. Com esta nova realidade surgiu o conceito de economia circular.
Uma analogia simples para explicar a teoria da economia circular é feita em comparação com a natureza. Uma árvore provém frutas, estas frutas servem de alimento para animais, estes animais, após utilizarem toda energia da fruta, descartam o resto em forma de bolo fecal, as fezes servem de adubo para novas plantas e árvores, que fornecem novos frutos, e o ciclo se repete. Baseado nesse princípio, na economia circular, o lixo dá espaço a novos produtos e novas aplicações.
Com a transformação do que antes era lixo em produtos, novos desafios surgem e uma nova mentalidade deve ser formada. Novas tecnologias devem ser criadas, gerando estudos e empregos. A economia tende a crescer, transformando lixo em dinheiro. O lixo que antes era descartado e gerava uma grande poluição, deixa de existir e a natureza começa a voltar ao equilíbrio. Portanto, pode-se concluir que a economia circular não é uma opção e sim uma mentalidade que deve ganhar espaço nas culturas do mundo, trazendo benefícios a tudo e a todos.
Iury Korting de Abreu - Analista de P&D da JBS Ambiental